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Arquitetos: Andreu Arquitectos, Vicente Justiniano Arquitectos; Vicente Justiniano Arquitectos, Andreu Arquitectos
- Área: 5 m²
- Ano: 2010
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Edifício Horizontes, foi concebido como uma grande caixa transparente protegida por uma fita opaca que sai da fachada leste e acaba na fachada oeste, enquadrando assim uma paisagem com grande presença de vegetação, alcançando desta maneira uma boa integração com a paisagem circundante.
Foi assim como concebemos o edifício desde a perspectiva de fazer um prédio muito simples com respostas claras frente às condições do lugar, privilegiando as vistas do entorno. Fachada oeste hermética com sistemas passivos de proteção da isolação e o resto das fachadas com vidros de última geração, com coeficientes de proteção solar extraordinários. É um edifício que pretende entregar o maior conforto a seus usuários com o menor gasto de energia, com a menor contaminação possível e com uma respeitosa e amável inserção no meio. É um edifício inteligente no verdadeiro sentido e sem muito alarde utiliza bem os recursos, sem encher-se de tecnologia que logo se tornará obsoleta e implicando maiores consumos.
No Edifício Horizontes tivemos a sorte de contar com investidores altamente motivados pela questão da sustentabilidade, com um compromisso claro em ser eficientes e responsáveis no uso dos recursos, o que tem sido uma experiência muito agradável e compartilhada. O edifício é concebido com a certificação LEED, o qual implica uma vontade por parte dos investidores na questão da sustentabilidade, entendendo esta tanto no processo de construção como no uso e operação do edifício. As medidas e decisões em geral são bem básicas e deveriam ser parte de um bom projeto e de uma boa construção. Este é o primeiro edifício que submetemos ao sistema de certificação Leed, mas sempre tivemos em nossos projetos uma clara preocupação por ser eficientes no uso da energia e aproveitar ao máximo os recursos naturais.
Em relação à construção as medidas passam desde o controle de erosão sobre o terreno, controle de baixa emissão de pó, gestão controlada dos resíduos de construção, utilização de materiais que incorporem materiais reciclados, como o ferro e o PVC. Favorecer a utilização de materiais fabricados dentro de um raio menor, de maneira a racionalizar o transporte dos mesmos. Utilização de materiais de baixa emissão de poluentes, basicamente em adesivos, tintas e selantes.
No projeto incorporar pequenos detalhes, como estacionamento de bicicletas, mas com vestiários com chuveiros para os ciclistas. Destinar pelo menos 5% dos estacionamentos a veículos de baixa emissão. Habilitar somente os estacionamentos exigidos de acordo com as legislações locais, de modo a incentivar o uso do transporte público. Habilitar áreas verdes para pedestres. Gerar superfícies externas e cobertas com índices de refração solar adequados. Iluminação de alta eficiência e de baixa poluição noturna, ou seja, a luz deve ficar contida dentro do edifício. Projetar um paisagismo eficiente na utilização da água. Utilizar equipamentos sanitários de baixo consumo. Implementação do sistema de controle centralizado de todos os consumos. Sistema de climatização que permite a ventilação natural. Projeto de janelas e utilização de vidros, que permitem uma excelente iluminação natural com bom controle da radiação solar. Projeto da pele do edifício de modo a captar calor nos meses frios e sombra nos meses quentes. Como pode ver, são decisões que em geral somente requerem uma boa disposição e dedicação, sem implicar necessariamente um custo maior.
Tudo isso não implica maiores custos que uma obra tradicional, o aumento é muito insignificante e é um fator potencial de venda. Este edifício está inserido em uma área como cidade empresarial, onde a concorrência no mercado de escritórios é muito forte. Sendo um pouco maior o investimento inicial, mas existindo uma grande economia em custos operacionais. O nosso objectivo é reduzir o consumo em 50%.
Recentemente entrou no Chile o tema da sustentabilidade na área imobiliária, mas chegou para ficar e logo será inapresentável fazer edifícios que não tenham uma postura clara frente ao tema. sem dúvida estamos atrasados, em grande parte da Europa todos os edifícios se devem fazer com estudos e e certificações que demonstrem que o edifício vai ser eficiente no uso dos recursos e ambientalmente amigável.
Hoje no Chile, os grandes projetos de escritórios são contemplados, para um mercado de grandes fundos internacionais de investimento que não investem em projetos que não tenham uma clara preocupação com estas questões. Com relação a um edifício público, o Departamento de Arquitetura do MOP tem implementado nos últimos anos requerimentos muito fortes neste sentido. Hoje ao se participar de um concurso para um projeto público é inconcebível não possuir um estudo do envelope térmico, isolamento, utilização de energia geotérmica, etc., tanto é assim que utilizando esses critérios e com propostas arquitetônicas inovadoras e sem alardes ganhamos recentemente dois concursos: a Dirección Regional de CORFO em Copiapó e a Comisaria de Carabineros de Villarrica.